Profissional da área de saúde, o terapeuta ocupacional tem como principal função trabalhar na promoção da qualidade de vida dos pacientes e na prevenção da incapacidade dessas pessoas. É este profissional que durante as atividades de prevenção e reabilitação, busca retomar a autonomia e a independência das pessoas que, por algum motivo, possuem alguma disfunção ou seqüela. Esse profissional é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (17).
O terapeuta ocupacional utiliza vários recursos para restaurar a capacidade dos pacientes e fazê-los voltar a realizar as suas atividades cotidianas sem a ajuda de ninguém. Por exemplo: uma pessoa que sofre um derrame pode ficar com alguma seqüela e ter um lado do corpo paralisado. Isso provoca uma falta de autonomia nas atividades que eram da sua rotina, como, por exemplo, dificuldade para comer sozinho ou escovar os dentes.
"O terapeuta ocupacional vai trabalhar na reorganização da vida deste paciente que tinha uma vida normal e agora enfrenta uma dificuldade. É uma atividade diferente da ação do fisioterapeuta, que vai atuar mais na recuperação da parte física e motora do paciente. O terapeuta atua na questão emocional, de forma a ajudar essa pessoa a voltar à sua rotina", explicou a professora Liana Maura Nakeb Tannuf, diretora da Faculdade de Terapia Ocupacional da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Segundo a professora Pola Maria Poli de Araújo, coordenadora do curso de terapia ocupacional da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cabe ao terapeuta ocupacional atuar nas atividades que faziam parte da rotina do paciente. "Vamos ensiná-lo, por exemplo, a voltar a calçar o sapato sozinho; a segurar o garfo e colocá-lo na boca sem derrubar a comida; vamos ensiná-lo a se vestir sem precisar da ajuda de outra pessoa", explicou.
Outro exemplo é no caso de um paciente com paralisia cerebral. O terapeuta ocupacional vai auxiliá-lo nas atividades de rotina e vai "entortar" o cabo do garfo ou da colher, por exemplo. Também vai colocar proteções na borda do prato para evitar que o alimento caia para fora. "Nós enxergamos o paciente como um todo para promover a ele o máximo de independência possível", disse a professora Pola.
De acordo com a professora Rita de Cássia Araújo, coordenadora do curso de terapia ocupacional da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a carreira do terapeuta ocupacional tem uma marca social muito forte. "Quando atendemos um paciente, não pensamos apenas nos aspectos físicos e motores. Olhamos esse indivíduo como um todo e observamos quais são as atividades de rotina que estão prejudicadas. Temos que ter um olhar mais sensível", disse.
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